A verdade é que me apeteceu. E depois de me apetecer, fiz. Sempre acompanhada da mesma questão, sempre com a mesma dúvida, sempre a perguntar-me porquê?, e logo uma coisa qualquer, por detrás da cortina transparente da janela, e porque não? Seria uma voz, ainda que não se ouvisse? Não. Era, muito provavelmente, só uma coisa qualquer que não sabia o que dizia. Ainda assim, segui-a. Se é para ficar, para alimentá-lo todos os dias na tentativa de crer que algo válido, se é para o encher com reflexões que valham a pena, ainda não decidi. A verdade é que me apeteceu e fiz. Não sei porquê, nem porque não, mas curiosamente esse facto não é inquietante e, arrisco confessar, confere-me até uma sórdida liberdade. Veremos...
Por dulce surgy

O maior, o melhor... Ele

Ao fim de um mês de ter iniciado este espaço é altura de abertamente falar dele (Dele, não do espaço; para que não haja confusões). Porque há que assumir as coisas, porque é muito bom, porque fica a anos luz dos outros, porque consegue fazer diferente, porque não se pode dizer é parecido com, porque me dá arrepios costas acima, porque é inovador, porque se entranha, porque quero mais e mais. Por vezes, muitas vezes, volto atrás só para ter a certeza de que é mesmo assim, de que conseguiu mesmo escrever aquilo.
Espero ansiosamente por Outubro para poder ler o seu "Que cavalos são aqueles que fazem sombra no mar?" e como acredito que ele é daqueles que faz birras, nem aceito como real a história de parar de editar. A ele o meu muito obrigado pelos puzzles maravilhosos que faz com apenas 23 peças.

"que vida, o que me espera antes que a aorta se desregule e rebente, concentrar-me na aorta que me engana
Trabalho como deve ser descança
conforme me enganaram na Polícia durante mais de 30 (trinta) anos
Informam-nos da Central que a promoção está quase
e enquanto está quase eu com medo das cobras nas figueiras bravas escoltado por agentes com metade da minha idade
(menos de metade da minha idade)
e de aortas saudáveis que se riem de mim mãe, repare nas expressões, tratam-me por
Senhor
e a espreitar do
Senhor
dedém deles
Esse palhaço velho"
in O meu nome é legião, António Lobo Antunes

Estou agora a pensar que talvez seja um sacrilégio roubar ao resto este pedaço, já que tudo, desde a primeira página à última, é um enorme poema onde as palavras parecem ter nascido ali, e postas assim à solta parecem membros amputados de um corpo maior.
Mas agora já está... o que posso fazer é sugerir que leiam tudo.

4 comentários:

nêta disse...

L.A. é sem dúvida O maior. Assim, com O grande e tudo. Até aí estamos de acordo e não se fala mais nisso.
Mas agora volta a ler o que escreveste no primeiro parágrafo. Começas por dizer que o teu espaço tem um mês e está na altura de falares dele. Ou seja, tudo o que dizes até ao final do parágrafo, aplica-se também ao teu espaço e confunde-se com ele.
O que só lhe fica bem.

dulce surgy disse...

Já incluí um parêntesis para que não haja confusões :)

nêta disse...

Fizeste mal: estava melhor sem esse parêntesis e davas margem aos teus leitores para fazerem o que lhes compete: estarem atentos. Assim, não precisam de pensar porque tu já fizeste o trabalho deles.
Bj

MU disse...

com este post quase que me levas a voltar a lê-lo... lol

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