"Atribuo a Zoroastro o facto de ter mostrado à humanidade não só a unicidade da divindade mas também a dualidade simultânea, que é uma condição necessária da verdadeira divindade. A Verdade não pode ser verdadeira sem a Mentira, e a Mentira não pode ser refutada sem a Verdade. Por consequência, cada vida humana é um campo de batalha entre as duas."
Isto, de facto, parece lógico. Mas tomemos em consideração o conceito de Maya que nos distingue entre a verdade conceptual e a precepcionada, aquilo que realmente é versus aquilo que pensamos que é. O objectivo e o subjectivo ou, se quisermos, a Verdade Real e a Verdade Ilusória. A dualidade de que fala Ciro em Criação, de Gore Vidal, só é considerada lógica porque assim construímos a nossa forma de ver o mundo, dividida em extremos, em oposições. Maya incita-nos a procurar a Realidade, a Verdade mais Elevada, a não nos deixarmos iludir com soluções fáceis. Mas essas não são necessariamente opostos da Realidade, fazem parte dela. Então, pergunto-me:
Não será o constante desejo de posicionar todas as coisas entre polos extremos, a suprema ilusão?
Não será o objectivo último, libertar-mo-nos dessa visão dualista do universo para que assim a vida de cada Homem deixe finalmente de ser um campo de batalha?
Não será o constante desejo de posicionar todas as coisas entre polos extremos, a suprema ilusão?
Não será o objectivo último, libertar-mo-nos dessa visão dualista do universo para que assim a vida de cada Homem deixe finalmente de ser um campo de batalha?
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