A verdade é que me apeteceu. E depois de me apetecer, fiz. Sempre acompanhada da mesma questão, sempre com a mesma dúvida, sempre a perguntar-me porquê?, e logo uma coisa qualquer, por detrás da cortina transparente da janela, e porque não? Seria uma voz, ainda que não se ouvisse? Não. Era, muito provavelmente, só uma coisa qualquer que não sabia o que dizia. Ainda assim, segui-a. Se é para ficar, para alimentá-lo todos os dias na tentativa de crer que algo válido, se é para o encher com reflexões que valham a pena, ainda não decidi. A verdade é que me apeteceu e fiz. Não sei porquê, nem porque não, mas curiosamente esse facto não é inquietante e, arrisco confessar, confere-me até uma sórdida liberdade. Veremos...
Por dulce surgy

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Mudar. Pensamentos, atitudes, posturas, visões. Mudar é alterar, variar. É transformar e como tal deveria ser nada perder, nada ganhar. Deveria ser, porque não é (pois não?). Mudar também é renascer, e logo implica um processo de morte. Requer que se corte, que se quebre algo. A maior parte das vezes o hábito. Coisas que se fazem e dizem e sentem mecanicamente, sem pensar, sem ponderar. Só porque sempre foi assim, só porque tem de ser. E o sempre foi assim tem muita força. Cola os nossos corpos lá bem atrás, donde queremos sair e é necessária persistência, determinação para conseguir avançar. Lembrar todos os dias por onde queremos ir e não ceder à tentação (fácil) de continuarmos por onde viemos até aqui.
Mudar, convenço-me a cada dia, é assim como vasculhar nos baús do sótão aqueles velhos vestidos, as fotos amarelecidas, os papeis manuscritos com tinta (quase) indelével, e queimá-los, acabar com eles. Depois, arejar o espaço, deixar entrar uns raios de sol e seleccionar novos objectos para povoar o coração.

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