A verdade é que me apeteceu. E depois de me apetecer, fiz. Sempre acompanhada da mesma questão, sempre com a mesma dúvida, sempre a perguntar-me porquê?, e logo uma coisa qualquer, por detrás da cortina transparente da janela, e porque não? Seria uma voz, ainda que não se ouvisse? Não. Era, muito provavelmente, só uma coisa qualquer que não sabia o que dizia. Ainda assim, segui-a. Se é para ficar, para alimentá-lo todos os dias na tentativa de crer que algo válido, se é para o encher com reflexões que valham a pena, ainda não decidi. A verdade é que me apeteceu e fiz. Não sei porquê, nem porque não, mas curiosamente esse facto não é inquietante e, arrisco confessar, confere-me até uma sórdida liberdade. Veremos...
Por dulce surgy

Incrivelmente

Fica teimosamente
mais um sopro,
um instante.

Embora vacilante
(os seus olhos já na aurora do amanhã,
o meio tronco fora do postigo,
perto de um novo arco-íris),
arrasta-se,
ainda,
mais um sopro,
um instante
e
fica.

Incompreensível
esta vontade de existir.

1 comentário:

Pedro disse...

perto de um novo arco-íris
como não ser teimoso em existir
mesmo que pareça incompreensível
são as cores a magia disponível
da energia de seguir e provar
do sabor de cada cor e do ar

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