A verdade é que me apeteceu. E depois de me apetecer, fiz. Sempre acompanhada da mesma questão, sempre com a mesma dúvida, sempre a perguntar-me porquê?, e logo uma coisa qualquer, por detrás da cortina transparente da janela, e porque não? Seria uma voz, ainda que não se ouvisse? Não. Era, muito provavelmente, só uma coisa qualquer que não sabia o que dizia. Ainda assim, segui-a. Se é para ficar, para alimentá-lo todos os dias na tentativa de crer que algo válido, se é para o encher com reflexões que valham a pena, ainda não decidi. A verdade é que me apeteceu e fiz. Não sei porquê, nem porque não, mas curiosamente esse facto não é inquietante e, arrisco confessar, confere-me até uma sórdida liberdade. Veremos...
Por dulce surgy

Desabafo inconsequente

O que dizer quando não se sabe o que dizer? Como acalmar as rugas na testa no momento em que uma coisa estala cá dentro, um alarme, penso eu, um apito avisando Oh Diabo!? Onde pôr as mãos quando o medo as torna molhadas e a vontade de desaparecer faz retorcer os dedos uns nos outros? Porquê, pergunto-te eu, aguentar mais uma hora, mais duas, mais tantos anos ainda, quando os braços dos outros me parecem enormes e os seus olhos alfinetinhos miúdos a picar como os pingos daquela chuva que não molha? Porquê, volto a perguntar-te, forçar as costas direitas quando o que apetece é voltar para aquele cantinho tão confortável, tão seguro, tão vazio?
Na minha frente, tu sossegado a teceres palavras numa calma alarmante Oh Diabo!, e eu, que nestas alturas não aguento o silêncio, remato em jeito de resumo:
Como ser quando não se sabe como ser?

1 comentário:

MU disse...

Apenas estar e gostar :)

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