A verdade é que me apeteceu. E depois de me apetecer, fiz. Sempre acompanhada da mesma questão, sempre com a mesma dúvida, sempre a perguntar-me porquê?, e logo uma coisa qualquer, por detrás da cortina transparente da janela, e porque não? Seria uma voz, ainda que não se ouvisse? Não. Era, muito provavelmente, só uma coisa qualquer que não sabia o que dizia. Ainda assim, segui-a. Se é para ficar, para alimentá-lo todos os dias na tentativa de crer que algo válido, se é para o encher com reflexões que valham a pena, ainda não decidi. A verdade é que me apeteceu e fiz. Não sei porquê, nem porque não, mas curiosamente esse facto não é inquietante e, arrisco confessar, confere-me até uma sórdida liberdade. Veremos...
Por dulce surgy

Tu

Apetece-me que subas as escadas naquele vagar de quem sabe que o mundo não se esgota.
Apetece-me a tua mão a tocar ao de leve na madeira da porta e logo eu a abri-la, o sorriso a convidar-te.
E os teus olhos cá dentro da pele, os órgãos que se iluminam, qualquer coisa que aquece.
Apetece-me sermos países vizinhos, profundamente soberanos; só as nossas fronteiras que se tocam, só uns rios em comum que nos atravessam.

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