A verdade é que me apeteceu. E depois de me apetecer, fiz. Sempre acompanhada da mesma questão, sempre com a mesma dúvida, sempre a perguntar-me porquê?, e logo uma coisa qualquer, por detrás da cortina transparente da janela, e porque não? Seria uma voz, ainda que não se ouvisse? Não. Era, muito provavelmente, só uma coisa qualquer que não sabia o que dizia. Ainda assim, segui-a. Se é para ficar, para alimentá-lo todos os dias na tentativa de crer que algo válido, se é para o encher com reflexões que valham a pena, ainda não decidi. A verdade é que me apeteceu e fiz. Não sei porquê, nem porque não, mas curiosamente esse facto não é inquietante e, arrisco confessar, confere-me até uma sórdida liberdade. Veremos...
Por dulce surgy

Líricos e épicos

Nesse grande A insustentável leveza do ser, Milan Kundera divide os homens, - como direi? - mulherengos em duas categorias; os líricos e os épicos.
Os primeiros procuram nas mulheres um ideal, procuram o reflexo do seu sonho de mulher, um arquétipo subjectivo e sempre igual. Acabam por desiludir-se de todas as vezes porque, obviamente, o ideal nunca se encontra.
Os segundos procuram no feminino aquele "milionésimo de diferente", aquilo que cada mulher tem de inimaginável.
Enquanto os líricos conseguem a compaixão e o perdão facultados pela desculpa melódramática da sua desilusão, os épicos são legendados de escadalosos pois, uma vez que nenhum ideal é projectado nas mulheres, a desilusão não os afecta e portanto nada encerram de comovente aos olhos das mulheres.
Isto diz ele, eu tenho cá p'ra mim que a ironia é soberba, mas não dá para levar a sério.
Mas quem já não conheceu uns quantos (e umas quantas) assim mesmo?

1 comentário:

paixão disse...

30 DE SETEMBRO!!!!!!

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