Tudo tem demasiado espaço.
Madeira onde ninguém passa, paredes vazias de contos.
Demasiado espaço...
O tempo é líquido e atrasa-se nessa enormidade vaga.
Nada mais há.
A verdade é que me apeteceu. E depois de me apetecer, fiz. Sempre acompanhada da mesma questão, sempre com a mesma dúvida, sempre a perguntar-me porquê?, e logo uma coisa qualquer, por detrás da cortina transparente da janela, e porque não? Seria uma voz, ainda que não se ouvisse? Não. Era, muito provavelmente, só uma coisa qualquer que não sabia o que dizia. Ainda assim, segui-a. Se é para ficar, para alimentá-lo todos os dias na tentativa de crer que algo válido, se é para o encher com reflexões que valham a pena, ainda não decidi. A verdade é que me apeteceu e fiz. Não sei porquê, nem porque não, mas curiosamente esse facto não é inquietante e, arrisco confessar, confere-me até uma sórdida liberdade. Veremos...
Por dulce surgy
Desmeço
Que pequenez sente quem sente a pele a esvair,
quem vê em liquido ficar o corpo.
Deste local rente salta
o gigante topo do mínimo.
quem vê em liquido ficar o corpo.
Deste local rente salta
o gigante topo do mínimo.
Hoje
Agora já não pesa.
O céu baixou até mim umas nuvens,
que me acolheram à porta do novo dia.
A água tocou-me a pele. Gelou-me.
Mas agora já não pesa.
Nas ruas desertas e nebulosas
deste Domingo de Novembro,
acordei livre e leve.
O céu baixou até mim umas nuvens,
que me acolheram à porta do novo dia.
A água tocou-me a pele. Gelou-me.
Mas agora já não pesa.
Nas ruas desertas e nebulosas
deste Domingo de Novembro,
acordei livre e leve.
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